domingo, 18 de outubro de 2009

Palmadinha educa?!



Quem nunca ouviu falar no velho ditado popular: “uma palmadinha, faz bem e não mata ninguém”. Culturalmente essa metodologia é considerada pela sociedade uma prática normal e que oferece rápidos resultados. Acreditar que com uma tapa ou chinelada o erro será corrigido, isso sim é ilusão . O erro maior é apostar na “falsa” expectativa de uma ação repreensiva com poucos resultados positivos.

Educar significa dialogar, impor regras e disciplina. O processo é mais lento, no entanto mais eficaz, algo percebido ao longo prazo. Assim crianças de hoje futuramente crescerão como adultos conscientes que a violência não resolve o problema, apenas gera.



De acordo, com os dados do Fundo das Nações Unidas da Infância (UNICEF), 80% das crianças sofrem agressões e tudo começa dentro de casa.

A palmada é transformada em agressões físicas e psicológicas, em alguns exemplos. Espancamentos, torturas, queimaduras ou até a morte são registros do extremo da crueldade que levam seres de alguma espécie que não podemos chamar de humanas a cometer contra seres indefesos. Para a criança que sofre com este tipo de violência doméstica, o trauma maior é saber que quem deveria proteger, os pais, na maioria são os maiores agressores.

Foi o que aconteceu em Salvador em julho de 2007, segundo informações do jornal A tarde. Por um pedaço de carne, que a mãe havia proibido de comer, ela queimou as mãos das duas filhas de três e quatro anos com óleo fervente. Na época as meninas foram internadas no HGE (Hospital Geral do Estado) e encaminhadas para o juizado de menores e a mãe levada à delegacia. Os números de agressões cometidas contra crianças registram 350 ocorrências mensais, segundo o DERCA (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes a Crianças e Adolescentes), na cidade.



O contexto social dessa família indica como educar é complexo e requer dos pais estrutura psicológica. Não estamos justificando, a ação ilegal da mãe e sim protegendo o direito das crianças. A Constituição Federal (art.227) e o Estatuto asseguram que nenhuma criança ou adolescente será objeto de violência; entre elas: exploração, crueldade, discriminação e opressão, pois se isso acontecer à punição de acordo, com as leis serão exercidas. Além disso, suspeitas ou confirmação de maus-tratos devem ser denunciados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade. Psicólogos afirmam que pais ou parentes próximos agressores de vitimas de violência domestica, possivelmente sofreram também algum tipo de trauma na infância. Então seria um círculo vicioso? As conseqüências respondem a pergunta. As meninas queimadas pela mãe podem quando adultas vivenciarem situações semelhantes, caso não tenham o acompanhamento devido durante o processo de desenvolvimento das mesmas.

A frase: “violência gera violência” retrata essa realidade.

Muitas vezes a palmadinha que os pais dão nos filhos é ocasionada por um momento de raiva. Mas, o problema é quando a inofensiva tapa ganha proporções maiores. Por isso, antes de cometer qualquer ação prejudicial ao filho, ao ponto de infligir a lei, não custa nada sentar e conversar. Aliás, o único custo é perder por alguns minutos ou horas, o tempo,melhor do que chorar pelo leite derramdo depois.



Texto produzido para disciplina, Redação VI.

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